quinta-feira, 25 de março de 2010

DEPOIS DO OUTRO DIA

Choveu o dia todo, e a noite toda. Vi o dia nascer, e ele nasceu sem chuva. Nasceu vermelho, branco, laranja e com o azul se insinuando. Me lembrei de uma outra alvorada que vi e que também nasceu assim, vermelho, branco, laranja e com o azul se insinuando. Dias nunca nascem iguais, mas esse nasceu desaforadamente com os mesmos matizes. Daquela vez, foi a coisa mais linda que contemplei, e me senti muito, muito bem, feliz até. Até, não. Realmente feliz. Hoje, o vermelho, branco, laranja e o azul insinuante me fizeram lembrar que jamais serão como daquela vez e que antes e depois deles só existe a escuridão da noite ou o cinza das tempestades. Ou a monotonia do azul do dia claro. Aprenderei com as cores do firmamento. Caso contrário, espero que o firmamento me contemple com um radiante e estrondoso raio saído da fúria das nuvens cinzas.

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